Guerra de Canudos

Com o fim da Monarquia e o inicio da República em 1889, algumas revoltas ocorreram no Brasil e uma das mais famosa foi a que ocorreu na Bahia em Canudos, no Arraial de Belo Monte, organizado por Antônio Vicente Mendel Maciel, chamado de Antônio Conselheiro.dead-trees-947331_1920

Antônio trabalhou de diversas maneiras. Foi comerciante, um tipo de advogado, contudo, mesmo sabendo exercer algumas funções, após problemas em seu casamento, ele iniciou suas peregrinações caminhando pelos sertões.

Era eloquente e cativava as pessoas com seus discursos. Suas palavras davam esperança a população sertaneja que vivia em um contexto de pobreza e abandono, logo, o monge peregrino passou a ter muitos seguidores. Deve ficar claro que o contexto em que viviam as pessoas da época era de pobreza e desemparo, portanto, as palavras de Antônio concediam esperança ao povo que passou a seguir o monge e aceitar seus discursos.

Os sertanejos viviam em condições de extrema pobreza pela cobrança de impostos, pelas secas que castigavam as regiões e muitos buscavam no Cangaço (vida de saques e furtos) uma saída para ter o que comer e sobreviver. Outra saída era a busca pelo misticismo, onde, buscava-se fora do mundo físico algo para crer e seguir, como uma fagulha de esperança no meio da seca e desespero.

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Messianismo foi o nome dado a esses movimentos onde seguiam um líder político religioso no Brasil nessa época pelos sertões.

Nesse contexto surge Antônio Conselheiro, o qual consegue reunir muitos seguidores pelas suas caminhadas e discursos.

Conselheiro era claramente contra a república a nível de chamá-la de anticristo e de obra do demônio. Ele era contra o casamento civil, a favor apenas do religioso. Também era contra os impostos cobrados pela república.

Ele funda em Canudos o arraial de Belo Monte, onde com a ajuda de seus seguidores, constroem um povoado onde todos trabalham e se ajudam. Um pequeno sistema de agricultura se estabelece no local e Conselheiro e seus homens deixam de ser nômades para se estabelecerem em uma região.

Tudo era compartilhado. Os frutos da terra e o dos animais. Com exceção de pertences íntimos, tudo era partilhado ou vendido para povoados vizinhos.

Não demorou muito para eles se constituírem como uma ameaça pelos poderosos da região. A igreja acusou Conselheiro de ser um desviador de fiéis e os grandes proprietários de terra também receavam o aumento da população de Canudos.

Então é enviado contra o arraial de Conselheiro, um grupo de soldados, os quais, em uma primeira campanha, são derrotados e nas duas campanhas que se seguiram também.

Apenas na Quarta expedição, onde mais de 10 mil soldados cercam o arraial visando acabar com seus suprimentos e cansá-los para derrotá-los mais facilmente, é que Canudos cai.

Contudo, para isso, do Rio de Janeiro, o próprio ministro da Guerra, Machado Bittencourt é enviado ao local com um grande número de homens.

Todos são dizimados e o arraial de Canudos é derrotado, contudo, eles lutaram até o fim e resistiram com todas as forças.

Antônio morreu dias antes do arraial cair. Talvez ele tenha morrido por conta de uma doença ou foi morto pelos ataques inimigos.

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